Silvano de Andrade, anjo do FIT

Bate-Papos   |       |    18 de julho de 2007    |    4 comentários

“Ser Anjo é Padecer no Paraíso”

No domingo, dia 15 de julho, em meio à aventura da Bacante no FIT, fui assistir a peça Papo de Anjo, um belo ritual na praça, que conquista adultos e crianças, utilizando ditados, canções e conhecimentos populares. Foi então que conheci Silvano de Andrade, o anjo do grupo Malarrumada ou, como se convencionou por lá, o anjo do Papo de Anjo. Como eu precisava de carona para voltar para o hotel, Silvano, por extensão, virou meu anjo também.
Silvano é um ator e autor que confia pra caramba no próprio taco e adora falar de si. Muito envolvido com o FIT, já foi anjo em outras quatro edições e afirma conseguir administrar financeiramente a própria vida, ou seja, consegue viver do teatro. Será um dom divino?

Como funciona a seleção para ser anjo? Você já tinha participado outras vezes?
O FIT está na sétima edição e eu trablhei em cinco delas. Você preenche uma ficha e entrega currículo, material gráfico… Você tem que estar em atividade profissional, trabalhando, com algum espetáculo em cartaz. Esta é uma exigência do festival, que, principalmente os anjos tenham ligação direta com o teatro, porque é bem próximo dos grupos, então precisa ter esse contato. Se o grupo precisa de algum coisa, o anjo sabe com o que ele está lidando, pode entender os problemas do grupo, impor limites em algumas ocasiões ou até mesmo fazer além do que eles estão precisando, porque o anjo tem esse poder, tem essa liberdade que o festival dá.

Ter participado em outras quarto edições influenciou na sua seleção para fazer parte da equipe?
Sim, sim. Com certeza.

É muito comum que os anjos sejam os mesmos de outros anos?
Não necessariamente, porque todo ano muda. Tem pessoas que não puderam participar, por exemplo, porque tiveram que trabalhar, porque estavam viajando, em cartaz.

Quantos anjos há este ano?
Boa pergunta…

É um anjo por espetáculo?
Não, não… Tem uma lista aqui, olha… são um, dois, três… 16 anjos.

De quantos grupos você é anjo?
Eu tô com três grupos, fui anjo do Mobile Homme, dos franceses, Cie Transe Express. Agora da Companhia Malarrumada e a próxima companhia, que é o espetáculo Aqui Ninguém é Inocente . Eu não decorei o nome do grupo. Tá aqui, ó: Companhia Linhas Aéreas e Ateliê de Manufacturas Suspeitas.

Tem outros casos assim, de nomes difíceis de decorar?
Ai, tem uns nomes tão estranhos, que a gente nem chega a guardar. Esse, por exemplo, acho que eu não vou decorar, não.

Como é a hierarquia nas funções dos funcionários?
O Festival tem as equipes, tem os coordenadores gerais, o Jorge Vermelho e a Edimeire Piovezam, tem a produção, que são 10 produtores responsáveis pela estrutura dos espaços, equipamentos, tudo e eles vão revezando, cada dia estão num espaço, e tem os anjos, que são responsáveis pelo grupo – buscar o grupo, receber o grupo, levar o grupo pra apresentação, montagem, acompanhar no almoço, jantar, enfim, responsável pelo grupo, o grupo não conhece nada aqui… e, no caso dos internacionais tem os intérpretes. Eu trabalhei com a Karina, no caso dos franceses. Tudo o que o grupo internacional precisa passa pra intérprete, ela passa pra mim e eu passo pra alguém da produção pra estar providenciando. Dependendo da necessidade, pode ser encaminhado pro Jorge, pra Edimeire, ou outra pessoa da equipe deles, se for algo maior ou de última hora. Mas, na verdade, no espaco, o anjo e o produtor estão ali meio que lado a lado, um dando suporte pro outro. Então são estas três bases: os cordenadores, a produção e os anjos. Além disso, cada espaço tem um coordenador que é funcionário do SESC, já que o SESC tem a parceria com o festival.

Você consegue assistir os espetáculos?
Às vezes, nem sempre. Amanhã vai dar pra assistir… depende muito do horário, que normalmente e à tarde ou à noite, né? Mesmo os meus grupos sendo de teatro de rua, este ano tem teatro de rua à noite também. Nos outros anos, era só à tarde, então era mais fácil pra ver as outras peças à noite. Esse ano não, esse ano são três espetáculos à noite, às 19h. Ano passado, tinha espetáculo à meia noite, que dava pra ver. Esse ano não.

Você se lembra quais os pedidos mais doidos ou inesperados que os grupos te fizeram ao longo destes cinco anos?
Teve uma que exigiu da equipe de imprensa, exigiu mesmo, bateu o pé, porque queria que reunissem todo o material gráfico, todo material em vídeo, tudo que foi feito de material do espetáculo. “Eu quero nas minhas mãos amanhã”. Isso foi na edição de 2005. Eu falei: “olha, não é comigo, vou procurar alguém da produção”. Aí, a produção me encaminou pra imprensa e a imprensa falou que até tinha tudo, só que é à venda, porque tem todo um gasto pra poder fazer aquilo. Ela pode ter, mas ela tem um gasto. E ela não queria, queria que o festival desse pra ela tudo, então meio que ficou numa saia justa. Não sei o que resolveu, porque aí já passei pra equipe de imprensa. Mas esse foi o momento mais delicado dos festivais que eu participei. Em geral, sempre encontrei gente bacana, nunca tive problema com ninguém não, nem muitos pedidos aburdos.

O FIT já banca muitas coisas pra artistas e jornalistas, né?
Sim, a organização é impecável, muito detalhista. Eles sabem de cada detalhe, tudo, tudo, tudo, não deixam faltar nada. Eles não admitem mesmo e com razão, né? Claro que às vezes alguma coisa acontece ou deixa de acontecer, é normal, mas eles são exigentes, por isso o festival é tão reconhecido no cenário até internacional. Tem muitos grupos internacionais que gostariam de participar e tem um certo limite. A cada ano, mais grupos internacionais estão participando.

Você vê muita diferença entre o que é produzido no Brasil e o que é produzido fora?
Não, na parte de estrutura não. Não vejo diferença.

E em qualidade?
Também não. Eu vejo questões culturais mesmo, de cada país, de cada região. Tem espetáculos grandiosos nacionais com estrutura como a dos franceses… enfim, o Brasil está bem em paralelo com eles. Nem mais, nem menos. Aliás, eles ficam encantados com o que a gente faz aqui. Ficam hipnotizados.

Como é ser anjo?
Ser anjo é padecer no paraíso. (risos) Ser anjo é ter asas para voar. No FIT ser anjo é ter que voar e não ter asas.

Você já tinha ensaiado essa frase, vai!
Não, não ensaiei. E o pior é que vai o morista na onda (brincando com um motorista que se aproxima)

Motorista – Olha que no ano passado tinha asinhas! (risos)

Silvano – Quando era nacional tinha asinha.

Você gostaria de ter asinhas?
Não… (risos) Não inventa, não! Muito adereço. Já basta levar esse monte de coisas aqui. (e refere a programações e uma bolsa do festival, que a Bacante não ganhou!)

Muita gente brinca com esse nome?
O que acontece muito é alguém gritar, de repente: anjo! Socorro! Anjo, me socorre! É o que a gente mais escuta. Ou “anjo, preciso disso, anjo preciso daquilo”. É muita ligação, né? O anjo é a ligação do grupo com o Festival. Então eles associam mesmo. Sem contar as piadinhas, do tipo “o anjo do Papo de Anjo”, que é o que eu tô acompanhando agora… Todo mundo brinca com isso.

Anjo, você acredita em anjo?
Sim, claro. Ai, se eu não tivesse um anjo, acho que eu nem estaria aqui agora. Olha, por mais que a compahia seja boazinha, compreensiva, toda a equipe, a produção, por exemplo, se mata pra dar tudo certo. Se alguma coisa acontece de errado, é culpa da produção, se alguma coisa acontece com o grupo, o anjo. “Quem é o anjo daquele grupo?”. Por mais que a companhia seja boazinha, a gente sempre fica com aquele peso, afinal você é responsavel pelo grupo. Se o grupo não chega pra apresentar, cadê o anjo? O grupo nem sabe onde é o local, então a gente vai pro espaço antes, pra conhecer, pra quando o grupo chegar a gente apresentar o local, o que pode usar, onde é o camarim… Então, tudo fica em cima do anjo, porque o coordenador não pode estar ali, a produção cuida de tudo, luz, equipamentos. Então, o anjo é que vai ter que mostrar tudo ao grupo. São pequenas coisas, mas, somando, é muito importante.

Falando em rua, camarim, achei muito interessante utilizarem Igreja como camarim do espetáculo Papo de Anjo…
Então, utilizaram duas, na verdade. Uma Igreja e uma capela. Ontem, no Hospital do Lago, usaram uma capela dentro do hospital como camarim e hoje foi numa Igreja próxima à praça. Eu até comentei isso com o grupo.

Falando agora do artista, desde quando você está envolvido com arte?
Eu sou ator e escritor. Comecei como ator. Acho que junto, na verdade. Eu escrevi minha primeira peça aos 15 anos. Antes, já rascunhava alguma coisa, mas não conseguia ainda colocar em ordem. Com quinze anos comecei a aprender, a ler mais. Até então, sem curso. Aí, com 18 anos, comecei a fazer curso de teatro e aí não parei mais… oficina, curso de dramaturgia… fui fazendo vários cursos e conhecendo autores, diretores, atores. No primeiro ano de curso, em quatro meses, já tava com contato de diretores do Rio, de São Paulo, trabalhando. Tô nessa vida há onze anos. Mas, profissionalmente mesmo, há 8.

Você tem DRT?
Tenho. Enrolei muito com um provisório, mas agora já estou com o definitivo. Precisa, né? Pra eventos, pedem. Em São Paulo, principalmente. Aqui no interior não costumam pedir muito, não, mas nos grandes centros tem que ter. Não o grupo todo, mas pelo menos a metade do grupo tem que ter.

Como você tirou?
Eu já tinha uma bagagem, então eu tirei pela pasta, né? Eles pedem uma pasta com material de três, quatro anos. Eu levei e tirei. Até então tirava provisório, mas nuna voltava pra fazer definitivo. Aí chegou num ponto que não dava mais e me programei pra pegar o definitivo.

Essa atuação de 8 anos foi toda aqui em Rio Preto?
Não, no país todo. No nordeste, no sul, em São Paulo, já fiquei em cartaz no TBC, vários lugares. Teatro de rua, palco italiano.

Algum lugar foi especial? Alguma lembrança forte?
Tirando São Paulo, que é uma cidade que me encanta muito, Salvador. Fiquei 40 dias em cartaz com o espetáculo Brasil, 500 anos, parceria com a Globo, Record. Foi muito bacana, todo mundo sabia, todo mundo ia. Foi dentro de um shopping, ao lado do terminal urbano da cidade, então todo mundo tinha que passar pelo shopping pra chegar ao terminal, então todo mundo via. Era um navio de 15 metros. Eu fazia Pero Vaz de Caminha. O povo ficava encantado, tinha gente que ia todos os dias assistir. E dentro do navio tinha um projetor pras crianças, com desenhos que contavam a história do descobrimento. Eu nunca comi tanto doce na minha vida! (risos) Quando votlava pro camarim, tinha cocada, aqueles doces baianos… a mesa posta, o pessoal mandava pra tuo pra gente, presentes, … No último dia, tivemos que sair pelos fundo do shopping, porque ninguém queria deixar a gente sair, as crianças principalmente… Aquilo marcou bastante. Ali ninguém era global pra ter esse acesso todo, eles estavam ali porque gostaram do trabalho que a gente tinha feito.

Hoje, você tem um grupo fixo?
Tenho uma companhia, a Companhia Sonhos e Arte.

Há quanto tempo ela existe?
Quatro anos.

Vocês se voltam especificamente a algum gênero?
Infantil, posso dizer. Eu trabalho com infantil há oito anos. Já fiz outras coisas, mas o que gosto mesmo é infantil.

Você gosta muito de crianças?
Gosto. Criança e comédia. Eu descobri que eu tenho jeito há uns dois anos. Nunca achei que eu fosse fazer comédia, eu acho que eu não tenho graça… Meus amigos liam o que eu fazia e se matavam de rir. Aí resolvi trabalhar isso.

Só crianças dos outros ou você pretende ter filhos?
Dos outros. Por enquanto, pelo menos, dos outros.

Como está a companhia hoje?
A gente tem um infantil Em Busca da Galinha dos Ovos de Ouro, tem a Megera Domada, adaptação do Shakespeare e tem Vidas Secas, que é um monólogo, eu e minha pessoa em cena e mais nada.

Você e sua pessoa em cena durante quanto tempo?
45 minutos, é uma coisa rápida, que já dá pra entender a história, porque monólogo longo o povo não tem paciência. Adolescente principalmente e é mais voltado pra adolescente… FUVEST…

Aproveitando esse gancho…
É, esse gancho… as escolas procuram muito isso.

É didático?
Sim, é didático.

Então você não procura experimentar muito, você coloca a história?
É, eu coloco a história. Assim… eu dou conta de brincar com muita coisa ali, em cima das histórias, sem tirar a qualidade, a essência do autor. Adaptação pra mim é último caso. Acho que se você está adaptando, você já está mexendo na história… tira um pouco daquilo que o autor imaginou, que ele criou. Mas no caso de infantil, tem que fazer isso. Acho muito delicado. Como eu escrevo muito, eu não vejo necessidade de ficar mexendo em texto dos outros. Tenho dezoito textos de teatro inéditos. Texto pra TV inédito. Então, não tem porque eu pegar texto de outros. Graciliano eu peguei porque me pediram muito, porque os alunos não gostam de ler, é um texto muito clássico. “Monta a peça, a gente compra de você e você apresenta”. Tudo bem. Mas normalmente acho muto delicado mexer, às vezes posso tirar uma coisa importante. Quem escreve sabe a importância do texto, é uma obra.

Essa peça foi encomendada, né? Como você lida com essa questão financeira? Agrega ou perde significados?
Aí vai de você dar o padrão que você quer pro seu espetáculo. Você pode vulgarizar, fazer uma coisa qualquer ou pode trabalhar em poucas semanas um bom espetáculo e apresentar. Aqui mesmo no festival há grandes espetáculos, que são valorizados. Saem daqui e vão viajar pelo país. A questão é saber valorizar o trabalho, porque tem gente que vai, faz, cobra preços absurdos ou não cobra quase nada e… olha, já vi escolas reclamarem “paguei tanto no espetáculo e chegou aqui, não vi espetáculo, não aconteceu”. Vai de quem está fazendo. Eu só comecei a mexer com produção depois que tive certeza que estava preparado pra isso. Só comecei a divulgar meus textos depois que eu tive certeza que estava pronto pra trabalhar como escritor. Isso com apoio de professores, reitores de universidades. Aí sim. Enquanto não tive essa base, eu não divulguei meu trabalho.

Falamos de peças bem pagas e valorizadas. E no sentido inverso, quando não tem garantia de retorno financeiro, mesmo assim você embarca na idéia?
Olha, pra não obter retorno finaceiro, é falha de quem está produzindo, de alguém da equipe, porque se você faz um bom trabalho, vende. Você tem que saber vender, não prejudicando a qualidade do produto. Acontece das pessoas apresentarem cinco seções no dia. Aí não tem nem fôlego mais pra falar. Se você dá uma estrutura pro espetáculo, sem ir com muita sede ao pote, você vende, você ganha. E com qualidade. Claro que vai de quem está coordenando, tem que saber adminstrar.

Então a possibilidade de não ter retorno, nem passa pela sua cabeça?
Não, não… como eu já vejo por experiência dos outros onde funciona, o que funciona e o que não, então eu já nem vou, quando não dá certo. A gente sabe onde funciona. Se eu não sei, eu pergunto pra alguém. Se falar “não vai, porque lá não tem público pra isso”, então não vou. Vidas Secas, por exemplo, que retrata uma família nordestina, se você for pro nordeste, não vai ter muito sucesso, porque lá não é novidade. Você tem que saber o que você faz, pra onde você vai, que você consegue, consegue ganhar dinheiro, sim, consegue administrar sua vida, tranqüilo. Eu pelo menos consegui administrar a minha. E conheço pessoas aqui que conseguem tb.

O FIT é importante pra sua carreira?
Muito. Eu aprendo muito. Porque no teatro você sempre está aprendendo, tem sempre uma coisa nova que você descobre. Então, aprendo muito com os grupos e cresço muito no lado profissional. Trabalhar no FIT é muito bom, porque você trabalha com grupos profissionais, com toda a equipe. Passa experiência de um pro outro. Isso ajuda muito. Aprende muito, mesmo. O Anjo, principalmente, tem contato direto. É uma troca de idéias muito bacana.

É isso que te faz participar?
Sim.

Além de carreira, tem algum outro aspecto em que o festival te traga coisas legais?
Não, não, é nesse sentido mesmo. Nessa época, você até tenta se desligar do festival, mas não consegue. Você vai dormir e fica sonhando “cadê o anjo desse grupo?” (risos). A gente é coordenado por uma pessoa maravilhosa que é a Guiomar Homem de Melo, a Guiomar é o anjo dos anjos. Ela que dá suporte, ela que puxa a orelha. Ela sabe de tudo…

Finalmente, quando a sua companhia vai para São Paulo?
Segundo semestre. Não tem data definida ainda. Não cheguei a fechar nada ainda.

Qual espetáculo?
Megera e Vidas Secas, mas caso consiga encaixar a Galinha ali também, eu dou um jeito. Acredito que por volta de agosto, setembro.

Rapidinha
Um anjo: eu
Um amor: a vida
Uma cidade: a minha
Uma atriz: ai, são tantas… Fernanda Montenegro… mas tem várias…
Uma mulher bonita: Xuxa
Um homem bonito: o Reinaldo Gianechinni
Uma cor de calcinha: rosa
Uma cor de esmalte: incolor
Uma estrela: a mais brilhante
Um grande exemplo: errar pra aprender a viver
Um grande exemplo do que não se deve fazer: não errar todas as vezes
Uma comida: quando você está com muita fome, qualquer uma
Um sonho: concluir o meu trabalho
Uma música: que completa o ambiente
Um teatro: que seja aconchegante
Um espetácuo: o meu
Uma marca de roupa: que caiba bem no corpo
No claro ou no escuro? No claro
Curto ou longo? Curto… posso trocar? Longo (risos)
Uma orelha: a de quem eu amo
Balada ou filminho com pipoca? Filminho com pipoca
Boina ou boné? Boina
Xadrez ou bolinha? Xadrez
Tecnológico ou bucólico? Tecnológico
Você ou outra pessoa? Eu
Um pecado capital: Gula

'4 comentários para “Silvano de Andrade, anjo do FIT”'
  1. Valmir Junior disse:

    Juliene, uma orelha foi foda, KKKKKKKKKKKKKKK…

  2. Anonymous disse:

    ai…

  3. Juli =) disse:

    ai, ai…

  4. MARIANA disse:

    A SUA PEÇA E FODA KKK
    CHATA E ORRIVÉL
    KKKKKKKKKKKKKKKKK

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